quarta-feira, 26 de setembro de 2007

à Lua Cheia...

Satélite (Manuel Bandeira)
Fim de tarde
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
Satélite.

Um comentário:

Thomas disse...

muito bacana!

agora falta a Sr. Tati postar...